Textos da pandemia, um ano depois (23–03–2020)
Dia 23 de março minha mãe fez 72 anos. Em meio a primeira quarentena da vida, e agora no grupo de risco.
Celebrar a vida sozinho é difícil, mas celebrar a vida saudável é o melhor presente, com ou sem pessoas queridas a sua volta.
Nesse dia não pudemos dar abraços, não pudemos dar beijos, nem aproveitar os docinhos e comida própria para a ocasião. Ao invés disso, peguei o carro e fui até a frente do prédio dela. Com minha Irmã que mora no mesmo prédio e minha irmã que mora na França e estava conectada por vídeo, cantamos parabéns. Ensaiamos até um “com quem será” resgatando a paixão dela pelo George Clooney. As gurias cantaram juntos e viram a vó a distância. Entramos no carro e voltamos para casa. Agora é esperar e celebrar novamente este e os próximos aniversários assim que esse período passar.