Sobre ler
Eu tirei esta semana para ler.
Planejei minuciosamente cada um dos livros que eu queria percorrer, para entrar o ano de 2024 ainda mais diferente. Pensei na ordem dos livros, para construir um processo de adaptação de meu olhar e de meu tempo, a necessidade de foco e concentração.
Cada um dos autores que estou encontrando nessa semana revela para mim um caminho possível para conectar meus pensamentos, minhas ideias, minha imaginação.
Novos universos, diferentes perspectivas, novos olhares. Tudo isso, conseguimos quando estamos frente a frente com um livro. Quando abrimos esse portal e nos deixamos invadir pela melodia que se constrói nas narrativas propostas para nós, pelas autoras e pelos autores.
Tenho estudado bastante sobre perfis geracionais, formas através das quais aprendemos, e também sobre como preferimos interagir. Mas para mim, um dos caminhos mais certeiros para crescer, para descobrir algo novo, para aprender, é a leitura. A leitura nos ajuda a definir nosso ritmo, a imaginar as conexões, nos coloca no espaço de protagonismo, de escolha. Temos o controle sobre o objeto, mas não sobre a narrativa. Entretanto, a própria narrativa nos abre a possibilidade de pensarmos para onde queremos ir. Criamos consciência, divergimos, concordamos, refletimos. A leitura nos deixa ser, nos permite escolher e ser.
Meu recesso de Natal começou na sexta a tarde, dia 22. Naquele momento eu pude começar a ler o primeiro livro da lista de 6 que escolhi para estes 10 dias. Naquela tarde, lia uma ou duas páginas e já me perdia em pensamentos relacionados as potenciais mensagens no meu telefone, aos emails que precisava resolver. Isso me preocupou, pois para ler uma página, levo um minuto e trinta segundos, em média. Naquele momento, esse era o potencial limite de minha concentração. Mas à medida que as páginas avançam, que resistimos em verificar os dispositivos e as telas, acho que acabamos relembrando o que é ter concentração e vamos afundando no universo que se abre em cada uma das páginas de um livro.
Um dia depois, no sábado, já estava adaptado a percorrer sem pressa e sem distração as histórias que a primeira autora que li nessa semana me apresentava.
Amanhã é dia de começar um livro novo. Dia de aprender mais e de imaginar.