Como planejar a melhor aula para o semestre que inicia?

gustavo s de borba
2 min readJul 24, 2024

O início do semestre se aproxima e os desafios de interagir com alunos novos (ou renovados) se coloca para todo professor.

Como todos somos projetistas, precisamos pensar em como deve ser a aula para que os alunos efetivamente se engajem no seu processo de aprendizagem. Mas pensar como deve ser a aula sem conhecer os alunos é um pouco mais difícil. Por isso, sugiro sempre que o planejamento seja o plano “b”, pois acabamos desenvolvendo essa proposta sem conhecer as pessoas para as quais planejamos. Mesmo assim, alguns processos da aula podem ser construídos e propostos, independente de quem são os alunos.

Dentre eles, destaco aqui três pontos:

1- Desenvolva atividades para conhecer melhor os alunos: a ideia tradicional de perguntar nome, o que gosta de fazer, e outras questões, possui limites e pode se tornar cansativa. Por conta disso, pense em formas inovadoras de conhecer melhor os seus alunos. Um exemplo é a produção de perguntas que possam criar engajamento, em pequenos grupos. Perguntas como: qual foi a melhor coisa que fizeste esse ano? Se você tivesse um super poder, qual seria? Ajudam a colocar em pauta características que estão escondidas nos alunos e a gerar uma maior conexão com eles. Isso é ainda mais impactante se você sugerir que um estudante apresente o outro, a partir do que aprendeu nessa interação em grupo.

2- Defina um caminho para sua aula: independente do tempo, a aula pode ser construída considerando processos de construção do conhecimento que são cíclicos e complementares. A leitura, por exemplo, ajuda na internalização. Uma atividade prática em pequenos grupos, respondendo perguntas por exemplo, ajuda no processo de giro do conhecimento tácito. A discussão de assuntos, ou das respostas dos estudantes permite a síntese e a geração de um conhecimento explícito coletivo, do grupo. Essas ações apoiam um processo efetivo de ensino e aprendizagem que deve ser consolidado a partir da ação do professor, o guardião do debate. Cabe ao professor complementar o que ficou faltando, a partir de uma reflexão e síntese do tema, sempre construindo a partir do que foi revelado pelos alunos.

3- Receba feedback: no final da aula um das principais questões é a busca de feedback para construir os próximos momentos coletivos. Pergunte aos alunos como foi a experiencia, o que foi bom, o que pode ser melhor e que sugestões eles tem para a próxima aula. Dê o protagonismo para o aluno no processo de definição da dinâmica, essa co-criação permite que alcancemos melhores resultados.

Esses três pontos podem nos ajudar a construir um momento coletivo de grande significado para professores e alunos, gerando além de engajamento um senso de pertencimento e bem estar. Essas são condições básicas para aprendermos e precisam ser sempre consideradas como elementos centrais em nossa ação como professor.

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gustavo s de borba

Professor da Unisinos na área de Design. Escrevo aqui sobre o cotidiano, em um diário do período de pandemia, com textos de um ano atrás.