Meu compositor favorito
Eu geralmente escrevo sobre a vida, sobre design, educação, e também sobre música. Sobre o que me motiva, sobre o que me faz dar ainda mais valor para a vida. Mas na realidade, sempre que escrevo, a música está presente.
Quando não está no texto, está no background em meu escritório, ou nos fones de ouvido que uso, me ajudando a me conectar com potenciais ideias que flutuam em meus pensamentos. E em alguns momentos, a música ganha mais força e invade essas páginas.
Hoje, enquanto eu corria antes de ir trabalhar, pensei em escrever sobre um dos músicos que mais admiro atualmente como cantor, compositor, instrumentista e produtor.
Conheci ele através de minha filha mais velha, a Giulia, uns 8 anos atrás.
Aqui cabe uma pausa para dizer que a maioria das bandas que admiro hoje eu descobri a partir da Giulia e da Clara. Muitas vezes quando ouço uma dessas bandas, lembro de uma banda anterior, da década de 70 ou 80 e logo me dou conta que essa é a beleza da música: as transformações possíveis ao longo das décadas para criar o novo e resgatar a memória.
Voltando ao foco do texto, desde aquele momento, 8 anos atrás, temos ouvido sempre as músicas de sua banda, e quando ouvimos alguém que gostamos, como Florence, Lorde, Lana Del Rey e Taylor Swift, pensamos: “essa música tem algo do Jack”. E lá está ele; na composição, na produção, ou como instrumentista. O nome desse super artista é Jack Antonoff, e escuto ele agora, com a Lorde, enquanto escrevo.
Embora eu realmente goste da música do Bleachers e das parcerias e produções do Jack Antonoff, o que mais me impacta, sempre, são as letras que ele compõe.
Estou ouvindo “don´t take the money”, uma música que fala sobre amor, que usa como metáfora o dinheiro, e que tem no título a ideia de não nos vendermos, não aceitarmos o caminho mais fácil, “don´t take the money”.
Hoje pela manhã, eu corria ouvindo sem parar “all my heroes”, que começa com uma das frases mais potentes do Antonoff para mim: “all my heroes get tired”. Fico pensando em um mundo onde todos os meus heróis cansaram de tentar nos salvar, e logo me dou conta que essa frase nos apresenta a necessidade de coletivamente criarmos os caminhos.
As composições seguem a perspectiva que o artista propõe, mas o maior valor de uma letra, de uma melodia, está na nossa capacidade de enxergar e adaptar aquilo que ouvimos, à nossa realidade.
Mesmo que a minha leitura de uma determinada letra esteja distante do que o artista propõe, a beleza da arte está nisso: nas infinitas interpretações possíveis que transformam cada um de nós individualmente.
Escuto agora a minha música favorita do último disco da Taylor, que é produzida pelo Jack e composta pelos dois e pela Lana Del Rey: Snow on the beach. Só de imaginar essa imagem da neve na praia, fico calmo. Uma letra linda, que é embalada por uma melodia com a plasticidade da imagem que projeto agora em meu pensamento.
Fecho esse texto recomendando para vocês que escutem músicas dele ou de outros compositores que podem nos inspirar, e também agradeço minhas filhas por criar novos caminhos de inspiração para mim.