Máscaras, o que faço com essas máscaras?

gustavo s de borba
2 min readMar 19, 2022

Neste período de pandemia, estamos vivendo um novo momento: decretos estaduais e municipais — como o da cidade que vivo, Porto Alegre, removem a obrigatoriedade do uso de máscaras.

Eu entendo que estamos em um momento melhor do que alguns meses atrás, com menos mortes, com menor número de casos, mas uma pandemia não termina com decretos. A compreensão que devemos ter é que vivemos um fenômeno global, que se propaga com um padrão de comportamento aparentemente bem estabelecido, iniciando as ondas na China/Asia, passando pela Europa e demais continentes. Neste momento, vemos o grande número de casos novamente na China (https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/03/17/aumento-de-casos-de-covid-faz-china-confinar-milhoes-de-habitantes.ghtml). Por que relaxar uma das principais barreiras ao aumento de casos, em tempos ainda incertos? E ainda, se tivermos que voltar a usar máscaras, será que a população vai retomar?

As questões colocadas até aqui já demonstram relevância para aguardarmos um pouco mais e tomarmos uma decisão mais assertiva. Mas o que acontece agora é um fenômeno que mostra o que virou nosso país. Nesses 3 dias, já presenciei espaços onde fui convidado a tirar a máscara, ou onde foi anunciado para todos, em tom de festa, que não devíamos mais usar, estava liberado ficar sem máscara.

Nesses dois anos eu não vi um padrão de comportamento quando o tema era o contrário, a necessidade do uso. Não vi na maioria das vezes pessoas dizendo para aqueles que não estavam usando que colocassem as máscaras, sem que esse processo fosse de em tom de constrangimento: tínhamos que pedir que alguns usassem, quase que nos desculpando para não ofender ninguém. Agora, me parece que estamos promovendo o não uso.

Os decretos estão removendo a obrigatoriedade, mas não estão sugerindo a queima das máscaras em praça pública. Sim, segundo muitos especialistas ainda é importante usarmos as máscaras e ninguém que queira manter o seu uso deve se sentir constrangido (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/03/e-prematuro-liberar-uso-de-mascara-com-alta-de-casos-na-china-e-europa-dizem-especialistas.shtml).

Ninguém pode sugerir que retiremos uma camada de proteção, apenas por não ser obrigatória.

Este vai ser o grande desafio das instituições sérias em nosso país: cumprir os decretos, respeitando a individualidade e promovendo o cuidado pessoal, para o bem coletivo.

Estou bastante curioso para ver o que vai acontecer nas próximas semanas. Eu reafirmo: sigo usando máscara, e da melhor qualidade possível. E espero que todas as pessoas que trabalham em espaços fechados, como por exemplo caixas de supermercado, possam continuar usando e tendo o equipamento adequado fornecido pelos empregadores.

A pandemia não acabou, um decreto não é suficiente para isso, e com um vírus altamente transmissível, cada um de nós é responsável pelas consequências de nosso comportamento. Aqui em Porto Alegre, você não é mais obrigado a usar máscara, mas se me perguntar minha opinião, sugiro que use, pois o vírus não sabe ler e não está preocupado com política. Segue se propagando e contaminando mais pessoas.

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Written by gustavo s de borba

Professor da Unisinos na área de Design. Escrevo aqui sobre o cotidiano, em um diário do período de pandemia, com textos de um ano atrás.

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