Conteúdo é rei, distribuição é reino.
Essa frase foi dita pela Clarissa Milford, produtora e criadora da academia de vídeos, em uma roda de conversa que tivemos na minha turma de Design na Unisinos.
A frase foi a sua resposta a uma questão que fiz sobre a relevância dos conteúdos nas redes. O exemplo que usei para formular a pergunta foi a minha própria história produzindo textos.
Quando escrevo textos como este aqui, em média 50 pessoas lêem e me mandam algum comentário ou ideia. Mas em um dado momento, eu escrevi um texto que foi compartilhado por um amigo muito conhecido nas redes e o alcance saiu dos 50 para mais de 2000. Provavelmente foi o meu texto mais lido desde que comecei a produzir.
Esse exemplo não é o único. Hoje eu escuto uma das compositoras que mais tenho ouvido ultimamente, a Maggie Rogers. Fui atrás da história dela e descobri que ela foi revelada para o mundo quando Pharrell Williams ouviu a canção “Alaska” dela em uma masterclass que dava em Nova Iorque e deu um lindo Feedback. A partir daí, ficou amplamente conhecida.
Fiquei pensando a partir disso nos atributos de sucesso para conteúdos que disseminamos online. Minha compreensão sobre isso apontava para a necessidade de:
1- um bom conteúdo
2- o endosso de alguém conhecido
3- o momento certo para publicar o texto
Quando a Clarissa respondeu minha pergunta apontando para a importância do bom conteúdo, mas enfatizando a distribuição (que também envolve endosso) percebi que precisamos desbravar alguns caminhos para além das linhas do texto que escrevemos.
Nestes exemplos, temos elementos que podem nos ajudar na promoção dos nossos conteúdos nas redes sociais, e muito embora o conteúdo seja relevante, ele se torna obscuro, esquecido, se não temos um bom processo de distribuição. E aqui cabe enfatizar outro ponto que foi dito pela Clarissa: uma das formas mais efetivas de distribuição é através dos vídeos.
Eu tenho algumas ressalvas com relação a vídeos e imagem quando queremos trazer para a pauta uma ideia que precisa ser processada, uma ideia que precisa ser imaginada e construída a partir do olhar de cada um. Quando temos o vídeo, a imagem, já estamos limitados ao que nos é entregue, as propostas que são feitas para nós. Entretanto, parece que no contexto instantâneo das redes, essa é a melhor forma de entrega, pois através da imagem, dos vídeos, podemos alcançar de maneira mais dinâmica um volume maior de informações sobre o que queremos colocar em pauta. A partir disso, aqueles que realmente se interessarem, podem ir para o texto.
Eu tenho dificuldades em pensar nisso, em produzir vídeos, em criar limites as ideias que tento compartilhar. Mas talvez seja a forma mais adequada de começar uma conversa. E a partir da conversa, podemos sim ampliar nossa imaginação e ir além. Além do vídeo, e além do texto.