A bochecha
Eu sempre adorei apertar a Giu e a Cla. As bochechas são para um pai carinhoso, o veiculo para fazer cócegas no coração das filhas. E assim em me sentia sempre, cada dia que acordava elas com um leite quentinho, um abraço e um aperto na bochecha.
A Clarinha, minha filha menor, levava tantos apertos na bochecha que eu brincava que um vasinho na pele dela era consequência dos apertos: ela tinha um mini Ypsilon na bochecha esquerda, bem onde em beliscava enquanto ela brincava de virar os olhos. Acordávamos geralmente com esse ritual, e logo depois ela me abraçava, passava a mão nas minhas costas até o dia ficar colorido, pois antes desse momento eu dizia que via tudo preto e branco.
O tempo passou e elas foram crescendo e se desenvolvendo cada vez mais. Além do carinho, do afeto, reconheço nas conversas sobre temas gerais e também polêmicos, os maiores aprendizados que sempre tive e tenho com minhas filhas. Pessoas com discernimento, uma visão crítica e positiva da sociedade e que buscam sempre o melhor para os outros e para o coletivo.
Hoje, 7 de outubro, é o aniversario da Clarinha. Ela completa 20 anos. Ela está longe, estudando e perseguindo os sonhos dela. Enquanto isso, eu sonho acordado aqui, lembrando desses momentos e pensando no reencontro que teremos logo. Ela e a Giu fazem falta aqui, mas ao mesmo tempo me deixam feliz por estarem longe e seguindo suas vidas. Te amo Clarinha. Feliz niver.